quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um matuto em Barcelona.

VOLTEEEI! Acho que a melhor maneira de dizer que eu estive muito ocupado com projeto, viajando e ajeitando outras burocracias da minha estadia aqui em Portugal é justamente não postando, acho que essa é uma boa desculpa, então estou desculpado? Espero que sim (haha). Vamos lá!
Bem, essa foi minha primeira viagem desde que cheguei em Porto, então devo falar de algumas coisas/dicas extras que não devem estar nos próximos posts, então vou organizar em subtópicos para eu mesmo não me perder e não confundi vocês.

A viagem de Ryanair
Muitas lendas giram em torno dos voos dessas empresas low cost (a mãe dos estudantes Erasmus sedentos por novos horizontes). Para que não sabe, na Europa existem algumas empresas de avião que cobram muito pouco para levar você para muitas partes do continente. A Ryanair é a mais famosa e a mais “pau-de-arara” que nós brasileiros conhecemos. O esquema é basicamente o seguinte: você só pode levar bagagem de mão, ela tem que pesar menos de 10kg e – teoricamente – se a mala não estiver nas dimensões que eles exigem, você é obrigado a despachá-la e pagar uma bagatela de 50 euros por conta disso (vocês imaginam o que as pessoas fazem para a mala entrar nesse “espaço”). Lembrando que o preço das passagens de Porto para Faro/Madrid/Barcelona/Valência giram em torno de 12 euros o trecho (de graça – é mais barato que trem (comboio deles) e do que ônibus (autocarro deles)), para locais mais distantes como Paris, Londres, Roma você encontra trechos de ATÉ 20 euros, dependendo da data, sem muita dificuldade (se compararmos com o Brasil vemos que sai MUITO em conta). Ah, e, aliás, essa conversa de que “conhecer a Europa toda de trem é muito barato” não serve muito para os países ibéricos, talvez sirva para o Leste e para alguns países como Holanda e Bélgica, aqui não é bem assim não.
Feita essa explicação, vou logo dizendo que o meu primeiro voo de Ryanair foi muito tranquilo. Eles não oferecem água, nem bolacha, nem café, a cadeira não dobra e a luz não apaga para você dormir, enquanto eles passam a cada 10 minutos vendendo cartelas de bingo e oferecendo os mais diversos produtos para você consumir. E eu lá morto de feliz indo para Barcelona, pagando apenas 16 euros em um trecho. Quando o avião aterrissa, o piloto manda o som de uma trombeta  e todo mundo bate palma, é uma espécie de ritual onde todo mundo comemora a chegada, algo como “chegamos vivos!”. Eu achei bacana (hahaha).

Hola, Barcelona!
Finalmente a chegada! Aterrissei sozinho, apenas com meu celular descarregado, às 11 horas da noite, em um aeroporto maior do que minha cidade natal Pentecoste, com meu portunhol ruim e entendo pouco o sotaque catalão com a missão de encontrar o meu amigo Pedro no hostel. Apesar de todo drama que fiz na frase passada, eu sou um cara desenrolado e, basicamente, me resolvi da seguinte maneira: fiquei amigo de um casal de nativos que vieram no voo comigo, usei um pouco do meu inglês (que, aliás, eu tenho usado muito nessas terras), eles me deram umas orientações e eu peguei o aerobus que vai do aeroporto à Praça Espanya, uma das mais importantes da cidade, de lá eu peguei um táxi e fui para o hostel, que ficava perto da famosa “Las Rambas” (a rua mais badalada, turisticamente falando, de Barcelona). A micro-localização (vai esse termo mesmo, haha) do hostel era meio tensa, por seu acesso ser por ruas estreitas e com uma vida noturna (e até diurna) meio BEIRA-MAR, se é que me entendem, quero dizer, com prostituição explícita, tráfico mais camuflado e uma violência voltada para furtos, nada de assaltos ou agressividade como no Brasil. Aliás, todo mundo me alertou desde meus amigos portugueses até a moça das informações do aeroporto de Barcelona: “tenha cuidado com os furtos nas Rambas”.

Proximidades do Hostel!

“Vale, vale” Barcelona!
A cidade em si é incrível e o melhor: dá pra conhecer muita coisa a pé. Como estávamos bem localizados foi muito tranquilo. Acho que nos dois primeiros dias andei como se não houvesse cansaço e, se houve, eu realmente só senti quando deitei, pois meus olhos estavam atentos a cada coisa que eu via nos prédios, nas ruas, nas praças, nas árvores, em quase tudo que eu podia ver (arquiteto é um bixo meio abestalhado quando viaja, fica de cara-pra-cima - não liguem se viajarem com um). Enfim, no Centro a gente pode ver a cidade medieval, com várias coisas quase intactas, inclusive a Catedral que data do século XIII e é lindíssima. Do Centro para a orla é um pulo, de lá dá pra ver uma Barcelona mais moderna e mais “badalada”, se caminhares até o fim da orla, chegarás ao Parc de la Ciutadella, o parque das olimpíadas de 1992 (para quem não sabe, Barcelona é um grande exemplo de aproveitamento das obras de infra-estrutura das olimpíadas – aprende, Brasil!). Indo para cima, no sentido do continente, você provavelmente irá esbarras nas obras do Gaudí, 3 delas estão espalhadas nas redondezas do Centro, ou muito próximas dele (A Sagrada Família, a Pedreira e a Casa Batlló – cada uma mais encantadora que outra), se você estiver disposto a pagar entre 15 e 20 euros para entrar e pegar algumas longas filas, vale a pena entrar. Eu acabei não entrando, mas um dia volto e entro (promessa pra mim mesmo). As outras duas coisas que valem a pena e, ambas, você não vai pode chegar a pé são: o Castelo Montjuic que fica do lado oeste da cidade e, de lá, você tem uma vista incrível tanto para o mar, quanto para a cidade. Então, aproveitando que está lá, quando descer a colina, passa no Museu de Arte, que é tem uma arquitetura neoclássica bem colossal e que também tem uma vista privilegiada para a cidade. O outro local mais distante é o Park Güell, outra obra do Gaudí (e, particularmente, a minha favorita). Eu já fui com todas as expectativas para ver esse parque, mas quando cheguei lá, ainda fui surpreendido positivamente, é uma coisa que não dá para explicar. Nós que estudamos arquitetura sempre estamos atentos a tudo que acontece e aconteceu de importante no mundo em relação à nossa profissão, então nós acabamos conhecendo muitas coisas do mundo inteiro, mas estar ali, frente a frente, é realmente algo muito louco/prazeroso/gratificante, vou parar de derretimento por aqui se não começo a chorar (haha). Ah, para não esquecer, eu não tive vontade de ir ao Camp Nou, nem como arquiteto, nem como alguém que gosta de futebol. Os torcedores do Arsenal me entenderão, ou não (haha).



Centro!


Catedral.


Parc de la Ciutadella.


O camarão famoso lá da Orla.


La Pedreira do Gaudí.


La Sagrada Família do Gaudí.




Mayara, Pedro e eu no Parc Güell. <3


Castelo Montjuic.


O show da Lady GaGa
Para encerrar o post (e não a viagem, porque o show aconteceu no segundo dia) vou falar um pouco de ter visto a menos de 100 metros a maior estrela do mundo fonográfico e do show business atual. Bem, eu já tive a chance de ver o Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio 2011 e de ver o Chico Buarque ainda nesse ano lá em Fortaleza, ambos os shows me deixaram em êxtase (principalmente o do Chico), pois sou muito fã dos dois, mas  a questão é: eu fui nesses shows, mas não fui no auge desses artistas, sabe? Não vi o Chico no final da década de 70 e não vi o Red Hot Chili Peppers no final da década de 90 e começo dos anos 2000. O que eu quero dizer é que eu vi a Lady GaGa agora, no auge e isso foi uma experiência muito surreal. Isso porque o show é um espetáculo de luz, som, cenário, figurino, animação e tudo que você possa imaginar, tudo isso somado a admiração que tenho por ela como pessoa e como música, pois, ao contrário do que muitos pensam, ela não é um produto da mídia, ela compõem letras, melodias, arranjos, está por dentro da produção de cada disco e sabe o que um acorde, então sabe realmente o que é música e o que eu acho mais valioso: não faz arte à toa, trabalha com coisas pensadas e com muito conteúdo. Depois de ter feito O LITTLE MONSTER, vou encerrar dizendo que: VÁ À BARCELONA.

Something, something about this place...

No próximo episódio vou falar da minha trip ao Marrocos! Não percam! :D

10 comentários:

  1. Ei!! Que massa. Adorei esse post. As fotos e todos os comentários da viagem e do show. Valeu! Beijão. E continua escrevendo. Saudades mil. ;*

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  2. Ah.. Sabia que antigamente tinha essas palmas no final da aterrissagem no Brasil também?! Agora é que é mais difícil, mas ainda peguei um avião recentemente que o pessoal fez isso. ;)

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    1. Eu não sabia dessa! Certo, eu vou continuar postando! Era só questão de tempo mesmo! :)

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  3. Muito bom o post e o modo como você explicou os pontos de Barcelona. Ah, sei bem esse negócio de andar acompanhado de arquitetos e eles me perguntando o que acho do prédio simbolo do modernismo no Brasil.. e eu: Normal! #apedrejada, hahaha!
    Sou apaixonada pelas coisas do Gaudí, tudo muito lindo e imagino que ao vivo seja realmente deslumbrante!
    Quanto ao show da Gaga.. eu ainda fico com o RHCP, hahahaha! Não desmerecendo nem nada, claro, porque gosto muito do trabalho dela!

    Continua postando e não vejo a hora de você postar sobre o Marrocos! :*

    Saudades, te amo! :*

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    1. valeu, linda! logo, logo eu posto! te amo. chêeero!:)

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    2. aaah! e quanto ao show, isso foi só um diferencial, dos três, o mais especial pra mim continua sendo o do Chico, mas claro que RHCP e LG foram surreais. :)

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  4. Finalmente pude ler :D
    E saciou um pouco da minha curiosidade sobre as experiências e aventuras que você está vivenciando eltin!
    Fico cada vez mais feliz por perceber, através da maneira pela qual você se expressa no blog, que você realmente está mergulhado nessa viagem, aproveitando cada segundo, vivendo cada oportunidade!
    Espero ansioso pelo post de marrocos!
    E continuo aqui torcendo por você!
    Saudades ;)

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